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DIGA "SIM" A UM INTERCÂMBIO DA AIESEC

Uma das grandes felicidades que meu intercâmbio me trouxe foi o impacto que ele gerou em alguns amigos e conhecidos meus: a inclusão de uma ideia e de uma vontade de viver uma experiência igual a minha.

E por causa disso, decidi explicar hoje ao mundo como funcionam os programas de intercâmbio da AIESEC, quais são os valores, como organizar a viagem, como funcionam os projetos, etc etc etc... Serei o mais sincera possível e pretendo colaborar da melhor maneira com todos os interessados; portanto, qualquer coisa os comentários estão à disposição!

O objetivo é que esse jogo de perguntas e respostas sobre a AIESEC lhe ajude: i) a organizar seu próprio sonho-intercâmbio; ii) a ver que não é nem um pouco impossível ter dinheiro para fazer algo do tipo; iii) a fazer você parar de inventar desculpas para adiar e adiar e adiar e adiar sua viagem (sua vida começa agora!); iv) eventualmente, a convencer seus pais e familiares que não, isso não é uma má ideia; v) solver toda e qualquer dúvida que você tenha em relação ao intercâmbio mais maravilhoso que você pode pensar em fazer.


1) O que é essa tal de AIESEC? É confiável?

A AIESEC é reconhecida pela UNESCO como a maior organização internacional do mundo gerida por jovens universitários. Isto, por si só, já diz muito. E foi mais do que suficiente para me convencer de que se tratava de algo grande. Com objetivos grandes. E estava certa.

O objetivo da AIESEC é promover o desenvolvimento do potencial de liderança de seus membros e colocá-los na posição de agentes de mudança em diversas realidades mundiais, através da atuação na própria organização ou de intercâmbios profissionais. Mais ações do que ideias, uma consciência global e a produção de experiências fantásticas concomitantemente ao empoderamento de outras pessoas, é isso o que a AIESEC busca.

O intercâmbio que eu realizer para o Sri Lanka e o que vou realizar para o Peru são intercâmbios promovidos pela AIESEC através do Programa Cidadão Global, que, basicamente, é um intercâmbio social, com duração de 6 a 12 semanas, no qual você trabalhará em algum projeto voluntário, em algum lugar do mundo. Ainda existe o Programa Talentos Globais, que é um intercâmbio profissional, ou seja, que você vai ao outro país como trainee, que tem duração de 3 a 6 meses.

A AIESEC é uma organização confiável e muito prestativa, mas, como tudo na vida não é perfeito, é essencial que, antes de você se aplicar para uma vaga de intercâmbio, você realize uma pesquisa intensa acerca do projeto que você tem em vista e do comitê da AIESEC que irá te receber. Isso porque alguns comitês são desorganizados e já li relatos bem negativos acerca de alguns locais específicos (e raros) que deixaram o intercambista na mão em alguma situação; o que ninguém quer, certo? Então, não tenha medo: pesquise blogs de pessoas que foram para aquele país, contate a AIESEC de lá e peça informações, faça uma busca no Google e no Youtube atrás de dados do projeto e do respectivo comitê, encontre outras pessoas que realizaram o mesmo, e, é claro, use e abuse da boa vontade da equipa da AIESEC local, que você irá contratar aqui no Brasil, perguntando TUDO o que passar na sua cabeça. Eles querem tanto quanto você que sua experiência seja positiva.

2) Eu posso escolher o projeto e a vaga que eu desejo? Como funciona esse processo? Existe alguma exigência?

Para você se candidatar a uma vaga de intercâmbio você necessita: > Ter entre 18 e 30 anos; > Estar na universidade, pós-graduação ou ter até 2 anos de formado; > Nível de inglês ou espanhol suficiente para comunicação.

Certo, se você preenche esses requisitos, é a hora de você contatar a AIESEC mais próxima de você através do site da organização.

Depois de entrar em contato com a AIESEC, eles te darão acesso a uma plataforma em que você preencherá um perfil (basicamente um currículo) e conseguirá avaliar todas as possibilidades de projetos existentes no mundo. Eles variam em tema, objetivos, atividades... Existem projetos ambientais, educacionais, alguns voltados para determinadas áreas, como Marketing, e até de direitos humanos. Todas as pessoas acharão um projeto que seja a sua cara, eu garanto. Então você vai olhar a plataforma e ver lá, por exemplo, PROJETO RIPPLE EFFECT. Você pode ter acesso à vaga, às atividades que você vai exercer, aos requerimentos para a vaga (por exemplo, espanhol básico, ou, informática avançada) e ao que é oferecido pelo comitê da AIESEC do país (por exemplo, acomodação e uma refeição por dia).

Decidido o projeto (e depois de já ter sido feita aquela pesquisa intensa sobre o projeto/comitê escolhido que comentei ali em cima), é hora de se aplicar para a vaga e aguardar o comitê entrar em contato contigo para marcar um horário para um entrevista. Não se desespere, suas informações são, sim, relevantes, -por isso de você preencher um currículo-, mas, com exceção dos projetos mais concorridos, não há muita dificuldade nessa entrevista. O comitê quer saber sobre você, o que você estuda, porque escolheu aquele projeto, essas coisas. Talvez você tenha que fazer um vídeo, ou escrever uma Carta de Motivação; cada comitê tem sua metodologia de seleção. Passado um tempo da entrevista, você receberá a confirmação do seu MATCH, caso tenha sido aceito.

Relembrando que, em qualquer momento, a equipe da AIESEC local pode te auxiliar, se tiver qualquer dúvida no decorrer desse processo.

Estando matched, você precisa resolver a questão do contrato com a AIESEC local, fazer o pagamento, e assinar o termo de voluntariado. Em seguida, comprar passagens aéreas, seguro viagem (exigido na maioria dos intercâmbios - e extremamente aconselhável por esta que vos escreve), verificar necessidade de visto ou vacinação, e partiu.

3) Como funcionam os projetos? Você dorme aonde? Você tem auxílio de alguém por lá? E se eu me machucar ou ficar doente?

Dúvidas básicas, mas de extrema importância.

Os projetos oferecidos pela AIESEC são distintos, na medida em que cada um é organizado por uma sede da AIESEC no mundo, assim como tendo cada qual um objetivo e público alvo particular. Quando você acessa a plataforma que eu comentei ali em cima, você olha todos os projetos e busca o que mais se encaixa com as suas pretensões. O meu projeto no Sri Lanka era um projeto de Direitos Humanos, no qual em cada semana era organizado um novo subprojeto para um segmento social distinto; ou seja, em cada semana organizávamos um evento diferente para um público diferente e com uma forma de abordagem diferente... Órfãos, crianças com câncer, adultos com câncer, pessoas com Down e escolas públicas foram os segmentos sociais impactados por nossos projetos. Se você tiver mais curiosidade sobre ele, nos posts mais antigos tenhos relatos de tudo.

Como comentei, cada sede da AIESEC, em cada país, é distinta, tendo metodologias, membros e projetos diferenciados, mas tendo todas o mesmo foco. Por este mesmo motivo, não sei dizer como será sua recepção em todos os países, mas o suporte por parte da AIESEC deve existir tanto local quanto internacionalmente, através da AIESEC que você contratou aqui no Brasil e a AIESEC que irá te receber. Muitas sedes adotam também o sistema de "Buddy" que é simplesmente colocar uma pessoa da AIESEC de lá como responsável por te auxiliar durante toda a sua permanência no país, te ajudar a comprar um chip local, te mostrar restaurantes bons, lavanderias com um preço razoável, essas coisas. Em termos de acomodação, a grande maioria se divide em Host Family (ser acolhido em uma residência de família) ou Intern/Trainee House (um espaço alugado pela AIESEC para hospedar todos os intercambistas), sendo isso definido pela AIESEC do país escolhido.

Sobre ficar doente ou machucado, acho que sou expert para responder isso. Bem, antes de viajar para o Sri Lanka, eu já morava com meu irmão mais novo aqui em Curitiba, então já tinha tido que aprender a "me virar" em momentos de gripe, dor de estômago, corte na mão, etc. Mas é claro que para algumas coisas você nunca está preparado. E são nessas situações que você cresce individualmente e se torna, realmente, responsável por sua vida: ser independente tem seus prós e contras.

Na metade do meu intercâmbio para o Sri Lanka eu rompi parcialmente o ligamento colateral do meu joelho direito. Resumo dos fatos: fiquei quase 4 dias no hospital e tive que ficar o resto da minha viagem com uma tala na perna, que me obrigava a andar de muleta. No primeiro dia eu chorei. Muito. Não sei se chorei mais por ter rompido o ligamento, ou por ter "estragado" minha experiência. No fim das contas, isso ter ocorrido apenas me fez aproveitar meu intercâmbio de um jeito totalmente diferente. E me fez voltar mais forte.

Sim, fiquei com medo. Sim, quiseram me operar lá e eu entrei em desespero. Mas nada que um segundo de racionalidade não resolva. Se algo acontecer, assim como se algo acontecesse quando você estivesse na praia com seus amigos a 2h da sua casa, mantenha a calma e tente resolver o problema. Eu entrei em contato com o meu ortopedista aqui do Brasil, mandei o laudo da ressonância, e segui suas orientações. Nada de mais. Sério, se isso for motivo para você não ir viajar, você vai perder muitas coisas na sua vida.

Aqui entra também um recado importantíssimo: NÃO VIAJE SEM SEGURO. Se eu não tivesse contratado um Seguro Viagem eu teria me ferrado muito lá. Só o hospital foi 600 dólares. Algo em torno de 80 mil rúpias. Também tive que trocar o assento do avião, pois não podia dobrar a perna (SIM! Eu voltei de Classe Executiva!), e simplesmente trocar a poltrona do vôo custava 10.000,00 dólares. Você tem noção disso? Eu consegui resolver tudo isso através da empresa de Seguro que contratei, a ASSIST CARD, e os valores foram reembolsados (não vou dizer que isso foi tranquilo, afinal, estaria ignorando algumas noites de sono que meus pais perderam, mas, eu recebi o dinheiro de volta).

4) Tá, mais e o preço disso tudo?

Vamos lá. O preço. O que você precisa pagar, inicialmente, é a taxa da AIESEC. Essa taxa varia durante o ano, existem períodos com promoção, etc mas tanto quando fui ao Sri Lanka, como agora que vou ao Peru, paguei aproximadamente R$ 1.000,00. Antes que se diga qualquer coisa, é bom lembrar que isso não é nem metade do valor que uma agência de viagem cobra pra organizar um outro intercâmbio. Passado este ponto, você precisa pagar a passagem aérea. Nem preciso dizer que o preço varia também, né? É Então, SIM, se sua grana está mais curta tem toda a América Latina aqui do seu ladinho, com projeto incríveis, que cabem no seu bolso. Não tem desculpa, porque é realmente acessível.

Como já falei, o seguro viagem é indispensável. E o valor é em dólar, então também não sei como confirmar valores. Algo em torno de 150 dólares. Na Assist Card intercambistas da AIESEC tem desconto, aí fica em torno de 110-120 dolares.

Além disso, você também tem que averiguar se, para permanecer no país que você escolheu, não é necessário visto; o que pode ter um outro custo.

Ainda existem as despesas de dia-a-dia que você terá durante sua viagem, nada muito absurdo, afinal, você teria que gastar dinheiro para almoçar no Brasil também. Você pode ter despesa com alimentação - caso não seja oferencido pelo seu processo -, lavanderia, remédios, crédito para celular, etc. Como eu disse, nada que você não teria no Brasil também. E mais o valor do turismo que você queira realizar, e isso é por sua conta.

Para viajar para a América Latina você gastaria entre R$ 5.000,00 e R$ 6.000,00. Para viajar para o Leste Europeu, possivelmente, em torno de R$ 7.000,00. Já para a Ásia é um valor um pouco acima, pelo simples motivo de que a passagem aérea é extremamente cara (porque se dependessde do custo de vida, você gastaria MUITO pouco). OBS: Não tenho ideia de gastos para a África... Fico devendo.

RESUMO: Viajar pela AIESEC é fácil, mas é para quem realmente tem vontade de uma experiência como essa. Você é um agente ativo nessa viagem, desde o Brasil, afinal, é você quem escolhe o seu projeto, é você quem faz a entrevista, é você quem cria seu currículo, é você quem compra a sua passagem aérea, etc. E justamente essa responsabilidade toda é que faz você crescer pessoalmente, e ficar feliz, muito feliz, quando olhar pra trás e ver tudo o que fez. Sozinho. Então, se você leu tudo isso e sentiu aquele sentimento bom de "eu quero", meu recado é: não perca tempo, o mundo está te esperando!


Se ainda restou alguma dúvida sobre o intercâmbio da AIESEC, serei muito feliz em te ajudar a realizar esse sonho; é só perguntar!



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