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O QUE EU APRENDI NO SRI LANKA


45 dias andando de chinelo com o pé sujo e pegando tuktuk, dividindo comida e histórias. Numa casa em que nenhuma descarga funcionava, tinha algumas goteiras, sem geladeira nem fogão, mas com pessoas de coração bom; o que eu descobri que é uma troca mais do que justa.

Aprendi que coisas materiais são vazias quando se vive numa verdade espiritual. Um par de roupas, uma escova de dentes, um caderno e vontade de ser feliz produzem infinitos dias felizes -e normalmente o que falta nas pessoas é o último.

Aprendi a dar valor a um banho quente, comecei a amar meu feijãozinho com arroz e a ver o mundo de outra forma. O mundo… Onde todos somos vizinhos, talvez não tão próximos, talvez parecidos, talvez opostos. Cada um com seu povo, sua crença, seu território, sua cultura, mas todos com a mesma base de humanidade. Afinal cultura não altera a condição de ser humano. ​

Aprendi que andar descalço não é sofrimento, mas pureza. E simplicidade é estilo de vida disponível a todos os seres viventes da Terra.

Aprendi que o tempo é, realmente, relativo e o Sri Lanka tem seu relógio próprio, ao qual eu tive que me adaptar com muita paciência. Aprendi que obstáculos somos nós que criamos e que a vida pode ser muito e mais colorida do que já é -sempre. Aprendi que se pedir com jeitinho pra Deus, Ele concede; mas que também tem lições endereçadas para nós, feitas para nos fazer e crescer. Religião é fé, e de fé não se discute, se agradece e pede por mais. Respeitar religiões e cultos é viver minha própria religião. E isso abre os olhos para o mundo e -mais importante do que isso- para o próximo.

Aprendi que ser líder é se sacrificar pelo grupo e que isso nem sempre traz reconhecimento no final. Mas reconhecimento não é tudo. Aprendi que se doar ao próximo é se entregar a vida, tendo a certeza diária de que está fazendo o certo. Crescimento pessoal é desafio pessoal, então se aceita e enfrenta. Logo, confirmei que felicidade é só questão de ser, e decidir SER.

Aprendi que um sorriso pode ser o melhor presente de Natal e que conviver com as diferenças é olhar o coração, e não a aparência. Que amizades não tem fronteiras, prazo de validade ou padrão. Descobri que uma chamada no Skype pode transformar meu dia; que um “bom dia” pode transformar seu dia; e que decidir viver pode transformar nosso dia. Mais que isso, ser o motivo de um sorriso é nascer para a vida.

Aprendi que lar só temos um: o mundo. E que ele está sempre de portas abertas para receber os bem-aventurados.

Aprendi que existem pessoas boas em todos os cantos do mundo e que elas, unidas produzem um efeito dominó de gentilezas. E, assim como um “Ripple Effect” tudo começa com o mais simples dos atos e termina com a mais bela forma de felicidade: sem motivo.


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