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LEARN AND LIVE - CIRCA - AIESEC en Arequipa

Aqui em Arequipa estou trabalhando em um Projeto chamado Learn and Live, que abrange ensinar inglês para as crianças, assim como ensiná-las acerca de valores como liderança, responsabilidade social, sustentabilidade, entre outros. O Projeto acontece em uma casa, como um albergue, em que 20 meninos moram; crianças de 6 a 12 anos que são órfãos ou que os pais não possuem condições financeiras de os criarem. Na primeira semana do projeto, estávamos em uma casa, bastante simples, e realizamos atividades pequenas de apresentação e de ensinar o básico de inglês, como os números e cores, assim como iniciar uma metodologia de projeto, ensinando as crianças a hora de falar e a hora de prestar atenção. Esse detalhe da metodologia é bastante importante, porque as crianças que vivem nessa casa não possuem atenção de nenhum adulto, o que ocasiona total indisciplina: mas se é pra trabalhar com criança, você já vai preparado pra uma baguncinha básica, né? Na semana seguinte, as crianças se mudaram para sua nova casa. Na segunda-feira: MÃO NA MASSA. Ou melhor, na vassoura, afinal, esfregamos a manhã inteira o chão do pátio da casa nova de nossas crianças. Tudo por elas. Nesse momento já visualizamos como o espaço permaneceu sendo bastante negligenciado pela população em geral. Apesar de ser um espaço bastante grande, é nítido que a instituição só recebe apoio da CIRCA, uma congregação cristã que lhes dá um amparo (bem mínimo). Percebemos o impacto de cada manhã que passaríamos com cada um daqueles meninos. Nas semanas que já passaram estamos iniciando um trabalho contínuo com as crianças, objetivando ensinar o básico de inglês conjuntamente com um processo de conscientização e empoderamento social. Por óbvio, é um processo evolutivo, que ainda vai nos tomar muita energia e dedicação. Crianças têm vontade própria, têm seu próprio ritmo e, por vezes, se interessam mais por futebol do que por um grupo de intercambistas que fala espanhol meio estranho. Mas cada reunião com esta equipe maravilhosa de brasileiros que está trabalhando comigo aqui me faz ver que, sim, é possível mudar a vida destas crianças e fazer elas iniciarem o ano de 2016 com plena consciência de seu papel no mundo. Acordar todos os dias cedo, nesse clima seco, com uma dor de gargante diária de desidratação, tendo que caminhar 22 quadras para pegar o ônibus, o qual leva mais 1 hora pra chegar a casa dos meninos, é difícil, não vou mentir. Às vezes acordo e penso: meu Deus, vou voltar pra Curitiba destruída. O que eu estou fazendo aqui? Por que vim? E então, todos os dias, quando a porta da instituição abre, recebo aquela boa vibração que vim procurar: o sentimento de estar no lugar certo, exatamente onde precisam de mim. Vejo os olhinhos brilhando de cada criança e simplesmente me sinto grata. Por cada ônibus que tomei, por cada hora mal dormida, por cada cada cada reunião de projeto que tive com minha equipe maravilhosa. Grata, mais uma vez, simplesmente por ser quem eu sou, alguém que quis estar aqui. E que venham as próximas semanas!

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